Review: Bayonetta 3 é uma farofada das mais gostosas, mas não vem livre de problemas (2024)

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Eu tenho tanta consideração pelo combate da franquia Bayonetta que eu o considero um dos cinco melhores sistemas de combate de todos os tempos, junto ao de Devil May Cry, God of War, Ninja Gaiden e os games de Batman Arkham. É simplesmente algo incrível de ver, é igualmente fantástico de jogar, e está recheado com oportunidades para ostentar estilo e criatividade graças ao amplo arsenal de armas malucas à sua disposição. Bayonetta 3 aprofunda o legado, entregando uma sequência surpreendente que assume múltiplos riscos enquanto muda a fórmula estabelecida em um esforço para revitalizar o sistema de combate, que pouco evoluiu entre os dois primeiros jogos. Felizmente, esses riscos são compensados. Bayonetta 3 é uma sequência revigorada, repleta de novas ideias que melhoram o sistema de combate de 13 anos de idade, uma variedade impressionante de gameplay durante as 10 a 12 horas de campanha, e mais daquele estilo registrado de Bayonetta que faz da série algo único.

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Embora os dois primeiros games Bayonetta estejam ligados em termos de história, o conto de Bayonetta 3 é bastante isolado. O único conhecimento prévio exigido é de quem é quem... E nem isso é tão exigido. Então se você está receoso com começar Bayonetta 3 sem ter jogado os anteriores, não fique: você ficará à par rapidamente. Com isso dito, a história de Bayonetta 3 é a mais fraca da trilogia, o que é especialmente decepcionante quando consideramos o quão promissor é o início. O jogo abre com um capítulo de prólogo sombrio que introduz um misterioso e poderoso novo vilão, e uma cena que não é comum na franquia: Bayonetta perdendo uma luta.

No entanto, o mistério em torno do vilão nunca é compensado -- os motivos dele não são explorados e os riscos apresentados no começo parecem insignificantes diante do grande enredo. A jornada de Bayonetta conforme ela explora universos distintos e interage com versões diferentes de si mesmo é muito divertido, pelo menos, mas a história, que envolve os "porquês e como", nunca realmente se desenvolve de maneira satisfatória.

Apesar do visual, Viola é cafonamente fofa.

Um ponto alto da história, contudo, é a introdução de Viola. Ela é a segunda personagem jogável e parece uma personagem punk tirada de um outro game de ação, completa com uma jaqueta de couro com espinho, repleto de cintos, e uma espada samurai pendurada nas costas. O que eu mais amo sobre Viola, entretanto, é que, apesar do visual durão, ela é cafonamente fofa. Isso faz dela um oposto curioso à elegante e confiante Bayonetta, e elas têm uma ótima química que gera divertidos momentos entre ambas.

Combate platinado

Enquanto Bayonetta 2 foi uma sequência que não visou corrigir os problemas do primeiro, Bayonetta 3 é muito mais ambicioso, fazendo mudanças bruscas a tudo, desde as habilidades centrais de combate à maneira como ela encontra e equipa novas armas, como ela aprende novas técnicas e habilidades para as armas, e como ela usa a magia.

Vamos começar aqui, com a nova e excelente mecânica Demon Slave. Em vez de usar as invocações demoníacas como golpes finalizadores, Bayonetta agora pode invocá-los durante as batalhas ao segurar o gatilho esquerdo. O detalhe é que, enquanto ela está fazendo a invocação, Bayonetta está presa no lugar e vulnerável conforme ela dança para manter a invocação em campo, o que drena a sua barra de magia e permite que você controle o demônio livremente com o analógico esquerdo enquanto usa os botões para socar, chutar, disparar um ataque à distância, saltar ou usar a habilidade especial do demônio.

É um poderio imenso em suas mãos, e a minha primeira reação ao utilizar o Gomorrah foi instantaneamente derrotar inimigos que levariam cerca de 30 segundos para derrubar caso eu lutasse normalmente, o que fez as invocações parecerem poderosas demais. No entanto, a Platinum fez um ótimo trabalho de manter o poder dos summons controlado conforme a campanha progride. Para começar, basta Bayonetta sofrer um golpe para que a invocação seja interrompida, e é preciso mais energia mágica para invocar novamente do que manter ele em campo. A sua invocação pode ser morta se tomar dano demais, e tem alguns inimigos que podem destruí-los com um único golpe, o que faz com que haja um cooldown antes que ele possa ser invocado novamente. Um tipo de inimigo específico multiplicará caso seja morto por um dos seus demônios, e outro consegue desviar de todo golpe que eles desferem. O que você precisa tomar cuidado com, no entanto, é o medidor de fúria (rage) da sua invocação -- se isso acontecer, eles se tornam contra você e você não consegue tirar eles do campo. É uma daquelas situações de grande risco e grande recompensa.

A Platinum fez um ótimo trabalho de manter o poder dos summons controlado conforme a campanha progride.

A minha coisa preferida do sistema de Demon Slave é que você pode fazer uma fila de dois comandos por vez, e embora você não possa se mexer enquanto está invocando ou dando esses comandos, uma vez que os comandos foram dados, você pode se mexer livremente, atacar, desviar e fazer o que bem entender. Então, se você é capaz de realizar múltiplas tarefas simultaneamente e consegue balancear seu ataque enquanto usa um tempo para dar um outro comando, você pode lutar com eles em campo por um bom tempo, o que complementa ainda mais o já profundo sistema de combate de Bayonetta 3. Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é invocar Baal, que é capaz de cantar no ataque especial -- se ela consegue cantar quatro versos sem ser eliminada, ela traz uma chuva de sangue que causa dano imenso a todo oponente na sala, e normalmente finaliza qualquer luta.

A outra grande mudança ao combate de Bayonetta 3 é o fato de que você não consegue equipar conjuntos específicos de armas aos braços e pernas de Bayonetta. No lugar disso, quando você conquista uma nova arma, ela tem um conjunto de golpes para socos e chutes. Eu não tive problema ao misturar diferentes tipos de armas, graças à insanidade e dimensão do arsenal de Bayonetta. Há os versáteis iô-iôs Ignis para acertar inimigos distantes com socos e oponentes próximos com os chutes; o Dead End Express, que é um trem demoníaco que Bayonetta pode usar como serra elétrica ou locomotiva para atropelar inimigos; e o Ribbit Libido, um apoio de microfone que ela pode usar para cantar e ganhar buffs de ataque ou defesa. E isso é apenas uma pequena amostra. Quando terminei, eu tinha um arsenal de 10 armas e nove demônios para controlar, cada um com as próprias árvores de habilidades. Bayonetta tradicionalmente tem algumas das armas mais malucas dos games, mas eu acho que dá para dizer que Bayonetta 3 supera o feito dos antecessores nesse aspecto.

O arsenal de Bayonetta é insano e imenso.

Então há Viola, que não tem acesso ao catálogo de armas e summons de Bayonetta, mas consegue ser divertida de controlar e é boa no combate também. As lutas de Viola são com a katana dela e, em vez de usar diversas invocações, ela consegue arremessar a espada e transformá-la no poderoso gato demoníaco, Cheshire. Esse summon luta de maneira autônoma, mas enquanto ele está em campo, Viola deve lutar com um conjunto de golpes limitados com os punhos, e ela não consegue usar a habilidade Witch Time, que desacelera o tempo, já que ela ativa a skill com um parry com a espada, diferente de Bayonetta, que ativa a habilidade com a esquiva.

Há um período de ajuste para que você lembre de bloquear e não esquivar quando controla Viola, mas uma vez que você se acostuma com isso, os capítulos com ela são agradáveis e um refresco da ação hiper-intensa presente nos capítulos de Bayonetta.

Um caldo de bruxa

Bayonetta 3 é mais do que o combate e, na verdade, uma das coisas que é melhor do que os antecessores é a mistura de estilos de gameplay. Esse título nunca cai no erro que muitos games de ação cometem, de fazer você se sentir andando de uma sessão de combate a outra sessão de combate até que você chega ao fim da fase. Há diversas seções mais abertas, onde a exploração, missões secretas com prêmios valiosos, missões secundárias engraçadas ou furtivas com Jeanne, batalhas rítmicas contra chefões e sequências de ação de cair o queixo que te jogam no meio de um caos completo.

No entanto, muitas dessas cenas malucas custam caro. O desempenho técnico de Bayonetta 3 no Switch não é ótimo, o que é surpreendente quando consideramos que, embora os personagens estejam mais lindos do que nunca, os ambientes e elementos de cenário parecem estar uma geração inteira atrás do que o Switch é capaz de processar. Apesar de ser sempre frustrante ver a taxa de quadros por segundo despencar, Bayonetta 3 consegue manter os 60fps na maior parte das batalhas, e os problemas são vistos mesmo quando a ação fica ambiciosa demais. Por exemplo, ter uma batalha intensa em um cruzeiro no meio de um tsunami enquanto a cidade de Nova York cai aos pedaços.

Hale consegue interpretar todo aspecto da personagem com perfeição.

E, por fim, enquanto a ausência da atriz original de Bayonetta, Hellena Taylor, é uma penas, é preciso apontar que Jennifer Hale fez um trabalho fenomenal assumindo o papel da heroína titular. Vemos mais aspectos de Bayonetta nesse game, sem mencionar mais Bayonettas, e Hale consegue interpretar todo aspecto da personagem com perfeição.

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A PlatinumGames tem sido vista como líder no gênero de ação, e Bayonetta 3 é um exemplo perfeito para o porquê. O game é veloz, intenso, e conta com combates desafiadores que abrem portas para muita criatividade e expressão quando se trata da maneira que você elimina seus oponentes. Tanto a história quanto o desempenho no Switch são abaixo do esperado, mas nenhum dos problemas são grandes o suficiente para fazer você esquecer o combate de alto nível, a variedade de armas exóticas e estilo ilimitado. Essa é uma sequência muito mais ambiciosa do que o jogo anterior, e essa ambição é compensada. O novo sistema de invocação Demon Slave e diversas outras mudanças à maneira como as armas funcionam ajudam a revigorar o que permanece como um dos melhores sistemas de combate em todo o universo dos games.

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